Esfera que se Multiplica

O paradoxo Banach–Tarski diz que uma esfera pode ser cortada em poucas partes e remontada em duas esferas idênticas.

Receita improvável

  1. Escolha uma esfera sólida.
  2. Use o axioma da escolha para selecionar pontos em órbitas rotacionais.
  3. Separe em cinco pedaços não mensuráveis e reorganize-os em duas cópias perfeitas.

Nenhum corte é “fino” ou prático; as partes são tão fragmentadas que não possuem volume definido.

Ferramentas matemáticas

  • Axioma da escolha: garante a seleção de representantes em conjuntos infinitos.
  • Grupos de rotações: particionam a esfera em órbitas de simetria.
  • Conjuntos não mensuráveis: não obedecem à medida de Lebesgue, logo não têm volume.

Mal-entendidos comuns

  • Não há processo físico; cortes exigiriam precisão infinita.
  • A conservação de volume da física não é violada — o paradoxo vive no mundo matemático.
  • Funciona apenas em 3D ou dimensões maiores; planos bidimensionais não permitem a duplicação.

Visualizações criativas

  • Pense na esfera como massa holográfica que pode ser reindexada em voxels sem medida.
  • Imagine grupos de rotações como DJs sincronizando pontos com ritmos diferentes.
  • Desenhe diagramas de grafos mostrando como cada pedaço se move por rotações e traduções.

Curiosidades

  • Proposto em 1924, foi um choque para matemáticos interessados em medida.
  • Usa apenas cinco peças, menos do que muita gente imagina.
  • Inspirou esculturas que brincam com cópias duplicadas de volumes.

Mini exercícios

  1. Explique por que o paradoxo não funciona no plano usando apenas cortes mensuráveis.
  2. Pesquise o grupo livre em dois geradores \(F_2\) e descreva sua relação com rotações da esfera.
  3. Desenhe um infográfico simples mostrando as cinco etapas do processo.

Conclusão

A esfera que se multiplica lembra que intuição geométrica precisa de axiomas para ficar de pé — quando a medida cochila, as esferas se duplicam.